E que ano diferente. Pesado. Denso. Pode soar clichê (sempre é quando se cita a possibilidade, né?), mas parece que vivi cinco anos em apenas um. Eu sei que clichê também é escrever uma retrospectiva, mas em minha defesa ano passado não a fiz muito porque foi um ano muito merda, no entanto este
E que ano diferente. Pesado. Denso.
Pode soar clichê (sempre é quando se cita a possibilidade, né?), mas parece que vivi cinco anos em apenas um. Eu sei que clichê também é escrever uma retrospectiva, mas em minha defesa ano passado não a fiz muito porque foi um ano muito merda, no entanto este ano merece uma e com detalhes.
Fui censor e também censurado.
Fui inconsequente, assim como equilibrado.
Fui pedra, mas também vidraça.
Neste ano fui chamado de safado, de comunista e também de fofoqueiro, já em outros momentos me trataram como corajoso, amigo fiel e também de meu amor.
“Até que enfim!”, “Agora vai!” e “Já estava na hora!” foram algumas das frases que ouvi este ano, já em outros momentos eu escutei frases como: “Você vai se arrepender!”, “Até nunca mais” e “Você é louco!”.
Não agradei a todos e nem tentei, apenas escolhi o que ouvir e o que ignorar.
Quando o sarrafo sobe compreendi que a única saída é estudar. E estudar muito.
Descobri que posso me divertir enquanto músico, sem tensões externas ou internas.
E como resultado entendi o que é estar em um palco sem aporrinhações ou vibrações pesadas e ainda consegui me divertir.
Me desafiei, me permiti, percebi que posso mais e finalmente entendi que excluindo preconceitos eu posso ir além do que julgava meu limite.
Medi meus passos, quebrei muros e alguns apenas pulei porque não valia a pena me desgastar tanto.
Descobri verdades que já conhecia e mentiras que ignorava e por seguinte sabia o que queria, assim como aquilo que não tolerava mais.
Cortei laços, estreitei outros, defini aquilo que suporto e aquilo que não me serve mais.
Sabia de antemão o que queria por tolerar por muito tempo o que não desejava e assim eu simplifiquei minhas escolhas e encurtei meus caminhos.
Percebi, finalmente, que é mais fácil chegar quando se sabe que caminho seguir e para onde ir.
Por isso me afastei de muitos, me aproximei de outros e escolhi a dedo quem pode me acompanhar no segundo tempo do meu jogo.
E também por isso mantive distância daqueles que carregam uma nuvem cinza no topo da cabeça.
Me afastei daqueles que exalam bílis e direcionam sua existência pelo ódio, assim como daqueles que exibem seus preconceitos como troféus e dos que se identificam na exclusão.
Desses não preciso da companhia, entendi que menos é mais pelo menos neste caso.
Afinal de peso basta este que insistentemente está há anos alojado em minha barriga.
De insegurança basta a que combato constantemente na terapia.
E de tensão basta a que hoje controlo com medicamentos.
Ah! E de solidão mantenho apenas o suficiente para me manter são na maior parte do tempo.
Quero e almejo me ver com leveza, portanto para isso preciso me observar dessa maneira e como poderia fazê-lo rodeado de pessoas densas e pesadas?
Entendi que ser inconveniente não me permite expor preconceitos.
E que escondê-los ou não falar neles não os faz desaparecer como em um encanto.
Descobri que gim tônica é bom demais, acordar cedo não é tão ruim e viver em paz é possível.
Compreendi que ter gatos em casa energiza o ambiente, limpa pensamentos ruins, além de serem muito divertidos.
E que o amor vem de onde menos se espera e que posso enxergá-lo mesmo no final de uma tempestade.
E finalmente compreendi que minha mãe tinha razão quando falava para eu tomar cuidado com quem andava e com meu tempo, afinal ele passa e não volta mais.
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