São 5h10 da manhã E entre um mamá e o sono do Bento Tô aqui viajando e absorto em alguns pensamentos que me circundam há alguns dias. Essa foto perdida no rolo da câmera Fechou total a minha linha de raciocínio. Somos a geração que mais faz selfie, Mas a que menos se enxerga A
São 5h10 da manhã
E entre um mamá e o sono do Bento
Tô aqui viajando e absorto em alguns pensamentos que me circundam há alguns dias.
Essa foto perdida no rolo da câmera
Fechou total a minha linha de raciocínio.
Somos a geração que mais faz selfie,
Mas a que menos se enxerga
A que menos se vê.
Somos a geração onde todos se colocam irretocáveis,
Irrepreensíveis, Vencedores,
Mas a que mais se mata,
A mais insone, A que mais precisa do Rivotril pra dormir.
E aí eu me pergunto, E te pergunto também:
Qual é o custo da vitória?
Será que vencer é tão pesado assim?
E se a vitória carrega consigo esse peso,
Por que sempre nos mostram que o mundo é dos vitoriosos, apenas?
Eu, quando decidi olhar pra mim,
Achei que aprendi muito mais com o que é imperfeito,
Com o que o que me desafiou a ser melhor.
Colar o discurso na ação, faz a gente perceber
Que a selfie que a gente precisa É a selfie por dentro.
De coração e mente.
Aceitar os defeitos, as ranhuras, as imperfeições.
Pedir desculpas.
Cancelar a gente mesmo, ao invés de cancelar os outros.
Autopercurso, autocarinho, autocuidado,
Pra olhar melhor pra dentro e pra fora.
No meu percurso,
Percebi que o que é dispendioso não é vencer,
Mas é manter a hipocrisia de que só se vence.
Nunca se perde.
Um monte de gente cancelando os outros,
Mas coração e mente bem cansados, Bem perdidos e Bem desconectados.
E ainda assim, sem parar pra pensar direito,
No acúmulo das informações e na velocidade delas,
Não é permitido pensar,
Não é permitido sentir,
Mas é permitido apontar primeiro,
Cancelar primeiro,
Pra refletir depois,
Pra sentir depois,
Pra apurar depois.
Inverte-se a prioridade das coisas,
Pra se mostrar vitorioso demais na rua
E depois, pagar a conta desse custo alto da hipocrisia,
Chorando quietinho no travesseiro Com vontade de se matar
Porque a vida não faz sentido.
E a vida nunca vai fazer sentido,
Se você não sentir sua própria vida,
Com tudo que ela tem:
Alegrias, tristezas, vitórias e perdas.
Tá tudo bem perder,
Tá tudo bem chorar,
Tá tudo bem sofrer,
Tá tudo bem vencer,
Tá tudo bem ser você.
Mas é aquilo: esse caminho é o meu.
Qual é o seu?
2 Comentários
Fábio Nascimento
2 de setembro de 2020, 08:40É continuamos em nosso mundo de Instagram, onde todos são belos, perfeitos e INFELIZES!
Irônico, não acha?!
REPLYFabio Pires@Fábio Nascimento
3 de setembro de 2020, 07:39Muito irônico…
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